Vivemos numa época em que o Sim é tacitamente aceite sem margem para dúvidas, mas o Não, não é bem assim.
Um Não é categoricamente ofensivo se não for correctamente justificado, obrigatoriamente complementado pelo politicamente correcto.
Um Não puro e duro é de difícil digestão, mal interpretado, impossível de aceitar quando não suavizado por uma explicaçãozinha, um comentário, um acalmar das hostes.
Um Não vem hoje em dia acompanhado de um sentimento de anti-social, de uma autoexclusão de um mundo e uma vida que se requer global, de um individualismo nefasto e retrogrado.
Mas no fundo da questão, um Não devia ser isso mesmo, um não, sem lugar para margem para dúvidas, sem questões ou incertezas, devia ser claro, aceite pela sua simplicidade.
Principalmente quando é com o Sim que nos devíamos preocupar, que deveria ser questionado e desconfiado.
É o Sim que nos traz maioritariamente problemas, por ser tido como inconsequente quando a realidade é exactamente o contrário.
O Sim devia vir sempre associado de uma reflexão pessoal, de um pesar na balança, de uma ponderação, da responsabilidade e responsabilização por se assumir um compromisso e acima de tudo aceitar as consequências que dai advem.
Se todos aceitássemos o Não pelo que é, sem tentar sempre que seja um Nim e desconfiássemos ou questionássemos sempre que alguém nos da um Sim, todos sentiríamos a responsabilidade das nossas decisões e a responsabilidade pelas consequências das mesmas.
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