sexta-feira, julho 12, 2019

Preconceito


Preconceito é uma opinião desfavorável que não é baseada em dados objetivos, mas que é baseada unicamente em um sentimento hostil motivado por hábitos de julgamento ou generalizações apressadas. A palavra também pode significar uma ideia ou conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério ou imparcial.

Will Smith disse numa entrevista que todos temos os nossos preconceitos e vivemo-los diariamente nas escolhas que fazemos, mas no ar, após interiorizar o comentário feito, ficou uma pergunta, será possível transformar um preconceito num acto de empatia, pelo simples facto de que o nosso preconceito vem de uma generalização ou julgamento apressado, um julgamento feito apenas pelo conhecimento superficial de que se tem de algo ou de alguém?

O preconceito que existe sobre alguém que vive na rua desaparece se soubermos que essa pessoa perdeu a família toda num trágico acidente? Fica meio atenuado pela empatia que se sente ao aprofundar o conhecimento sobre determinada pessoa?

Num mundo que se diz global mas que na pratica é cada vez mais individualizado, egoísta, cada vez menos cívico, haverá lugar para a empatia pelo próximo?

Seremos capazes de ver para além do obvio, limitando o nosso preconceito? 

Seremos capazes de não julgar apressadamente ou de não generalizar com base em ideias preconcebidas?

sexta-feira, fevereiro 15, 2019

A justificativa da negação


Vivemos numa época em que o Sim é tacitamente aceite sem margem para dúvidas, mas o Não, não é bem assim.

Um Não é categoricamente ofensivo se não for correctamente justificado, obrigatoriamente complementado pelo politicamente correcto.

Um Não puro e duro é de difícil digestão, mal interpretado, impossível de aceitar quando não suavizado por uma explicaçãozinha, um comentário, um acalmar das hostes.

Um Não vem hoje em dia acompanhado de um sentimento de anti-social, de uma autoexclusão de um mundo e uma vida que se requer global, de um individualismo nefasto e retrogrado.

Mas no fundo da questão, um Não devia ser isso mesmo, um não, sem lugar para margem para dúvidas, sem questões ou incertezas, devia ser claro, aceite pela sua simplicidade.

Principalmente quando é com o Sim que nos devíamos preocupar, que deveria ser questionado e desconfiado.

É o Sim que nos traz maioritariamente problemas, por ser tido como inconsequente quando a realidade é exactamente o contrário.

Sim devia vir sempre associado de uma reflexão pessoal, de um pesar na balança, de uma ponderação, da responsabilidade e responsabilização por se assumir um compromisso e acima de tudo aceitar as consequências que dai advem.

Se todos aceitássemos o Não pelo que é, sem tentar sempre que seja um Nim e desconfiássemos ou questionássemos sempre que alguém nos da um Sim, todos sentiríamos a responsabilidade das nossas decisões e a responsabilidade pelas consequências das mesmas.