Numa relação, utopicamente espera-se sempre reciprocidade em igual quantidade e intensidade.
Digo utopicamente porque na realidade é um estado muito dificil de alcançar. Primeiro porque não existem dois seres humanos iguais, com as mesmas necessidades, forma de estar na vida ou numa forma mais simples que atribuam o mesmo significado ou intensidade de sentimentos às mesmas coisas.
Dei por mim a pensar que esta será talvez umas das explicações para o insucesso de uma relação nos dias de hoje, a diferente intensidade com que se vivem certos momentos das nossas vidas, a incapacidade de traduzir em palavras ou gestos o quão importante certo momento ou gesto é importante, caindo inevitavelmente, após prologada exposição, a um certo autismo entre as partes.
Ou pela incapacidade de explicar o que se sente ou pela incapacidade de compreender o que o outro sente.
Tudo começa a acontecer como se de uma avalanche se tratasse, deixam-se os gestos mais simples de carinho, evitam-se as discussões, acabam as conversas até chegar a um estado de puro autismo em que ninguém fala, em que toda a cumplicidade desvanece, todo o sentimento esmoreçe restando apenas um enorme vazio.
Esta será então uma consequência da diferente reciprocidade entre duas pessoas que se gostam e que por vezes, ou sempre, sofrem de momentos menos bons que se não os conseguirem resolver poderão resultar numa inevitável separação.
quarta-feira, outubro 10, 2007
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