sexta-feira, janeiro 15, 2010

Preciosismos....

Preciosismo:
s.m. Modo de dizer ou de fazer, que não só não é natural, mas até forçado no falar e no escrever; Modo de dizer ou de fazer, que não só não é natural, mas até forçado levado ao exagero.

Irrita-me o exagero, irrita-me a importância que se dá ao pormenor, ao acto que levou a determinada consequência. Acho pura perca de tempo, para mim as coisas podiam ser muito mais simples. Irrita-me esta necessidade dos nossos dias em tentar perceber tudo, justificar tudo e analisar tudo.

Sinto falta da simplicidade dos meus tempos de infância/adolescência em que tudo era simples, falhava na escola arricava-me a apanhar umas reguadas da professora para que no dia seguinte chegasse com a lição estudada, arriscava-me a apanhar em casa por não ter estudado a lição, tudo de uma forma analiticamente simples, não havia a necessidade de tentar compreender porquê que não tinha estudado, nem de justificar o acto de não ter estudado pelo facto de passar muito tempo só em casa sem orientação paterna. Tudo era simples existiam obrigações pelas quais tinha que ser responsável e caso não cumprisse com as minhas obrigações existiam consequências que iam desde a pequenos castigos ao estalo ou açoite.

Parece ser um pouco rude esta forma de experienciar a vida mas de facto e a bem da verdade é que funcionava, durante uns tempos não ia mais esquecer-me de estudar, sentia-me responsável por não te-lo feito.

Ao tentar justificar e analisar tudo o que acontece-nos no dia a dia perdeu-se a responsabilização sobre os actos que se cometem, "o menino não estudou por culpa do papá que está sempre fora a trabalhar", "o menino não estudou porque haviam ovos estrelados para o jantar", podendo levar isto até ao ridículo mas o que é um facto é que "o menino não estudou porque foi preguiçoso e esteve-se nas tintas e aí que tabefes merece apanhar!!".

Irritam-me as noticias em que se esmiúça a vida dos criminosos para tentar justificar ou perceber o que os levou a praticar tais actos de violência ou malvadez, em que se esmiúça a vida das vitimas para tentar perceber se no seu dia a dia não terá feito algo que tivesse levado a tal consequência, tentando analisar e justificar tudo, quando para mim tudo devia ser muito mais simples, matou, morreu, vai preso para a o resto da vida, simples!, não quero saber se tinha 20 filhos ou vivia em barracas porque existem outros tantos nas mesmas condições que optam por levar uma vida decente e isenta de crime.

Irrito-me mas na minha idade a irritação depressa se transforma em indiferença e rapidamente deixa de ocupar o meu cérebro e cai no esquecimento.